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Especulação financeira: Os grandes bancos sustentados pelo estado

Como o Tesouro norte-americano operacionaliza os repasses con recursos públicos?

Causa Operária - 18/01/2015

http://www.pco.org.br/economia/os-grandes-bancos-sustentados-pelo-estado/abaa,j.html

O ESF (Exchange Stabilization Fund, ou Fundo da Estabilização do Câmbio) do Tesouro dos Estados Unidos não está submetido ao controle do Congresso. As transações de títulos públicos norte-americanos a longo prazo requerem a compra de mecanismos de seguros, os IRS (interest rate swaps) o que, por sua vez, obriga à compra de mecanismos colaterais de proteção, ou seja, novos bônus do Tesouro dos Estados Unidos, pois o ESF não provê o volume necessário de bônus como colaterais das transações. Em outras palavras, os derivativos baseados nos títulos públicos, por uma parte, proveem altas e seguras taxas de lucro e, ao mesmo tempo, obrigam a comprar novos volumes de títulos públicos.

Esta operação possibilita que o Tesouro imponha as baixas taxas de juros, cria um mecanismo de geração de recursos baseado em papel moeda fantasma, sem lastro produtivo, e evita a bancarrota do sistema financeiro norte-americano por falta de liquidez. Isto explica o porque, de acordo com dados do OCC, o JP Morgan detém US$ 79 trilhões em valores nominais de derivativos financeiros contra US$ 2,246 trilhões em ativos financeiros, o Bank of America US$ 74,8 trilhões contra US$ 2,264 em ativos, o Morgan Stanley US$ 56,4 trilhões contra US$ 830,7 bilhões em ativos, o Citigroup US$ 55 trilhões contra US$ 1,956 em ativos e o Goldman Sachs US$ 53,4 trilhões contra US$ 937 trilhões.

As 25 maiores empresas financeiras norte-americanas detêm US$ 332,7 trilhões em valores nominais de derivativos financeiros contra US$ 13,7 trilhões em ativos financeiros.?O domínio absoluto do estado pela burguesia imperialista, altamente parasitária, ficou evidente nos altíssimos volumes de derivativos financeiros transacionados pelos grandes bancos imperialistas. O Morgan Stanley, por exemplo, negociou US$ 14 trilhões em valores nominais apenas no primeiro trimestre de 2011. Para a negociação desses derivativos, que na sua maioria são IRS, seria necessário que o comprador, neste caso o Morgan Stanley, também comprasse os colaterais necessários para assegurar as transações.

Como os recursos líquidos gerados no período atingiram US$ 30 bilhões, essas operações não seriam tecnicamente possíveis. O próprio sistema financeiro também não contaria com esses altíssimos volumes de recursos. Por trás dessas operações sempre esteve o ESF tanto para viabilizar as operações, quanto para garantir as baixas taxas de juros dos bônus públicos e a necessidade de novas compras de títulos públicos com recursos públicos com o objetivo primário de continuar garantindo altas taxas de lucro para o Morgan Stanley, que é um banco falido desde o ano 2008 e que somente se mantem relativamente lucrativo, apesar de continuar em bancarrota, por meio de enormes volumes de recursos públicos.

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