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A próxima guerra na China

Ficha Técnica:
Título Original: The Coming War on China
Director: John Pilger
Ano de produção: 2016
País: Reino Unido
Duração: 1h53mins.

https://www.imdb.com/title/tt6197028/

Youtube, 6/5/2018

https://www.youtube.com/watch?v=8TsRALFt8Wg

"The Coming War on China" (A Próxima Guerra Na China) é o 60º filme de John Pilger para a ITV.

O filme conta a história da ocupação industrial-militar norte-americana nas Ilhas Marshall, do Pacífico, e dos testes nucleares - melhor dito experimentos bélicos e científicos - conduzidos entre as décadas de 1940 a 1970, no Atol de Bikini, os quais produzem até hoje catastróficos níveis de radiação e desastrosas consequências tanto para a biodiversidade quanto para a saúde dos ilhéus.

Passa ainda pela propaganda contra-comunista e desvenda, porém, que Mao Tsé-Tung desejava uma China moderna tão capitalista quanto a América do Norte de Tio Sam.

Descortina também as bases militares de Okinawa, no Japão, e mostra a inspiradora resistência contra a coalisão de várias nações para mantê-las.

Por fim, Pilger revela o que a notícia não faz - que os Estados Unidos e a segunda potência econômica do mundo, a China (ambos com armas nucleares), estão a caminho da guerra.

https://www.youtube.com/watch?v=8TsRALFt8Wg

Legendas disponíveis. Seleccionar no vídeo (captions)


John Pilger, realizador de 'A próxima guerra contra a China': “Fiz este filme para romper o silêncio sobre a guerra nuclear

Diário Liberdade - 7 de Dezembro, 2016

Vai nestes dias ser estreado em vários países europeus o novo filme de John Pilger “A próxima guerra contra a China”. Trata-se de uma nova denúncia das duas guerras que os EUA empreendem: a guerra da propaganda, já em curso, e a agressão militar, cujas peças estão já no terreno.

John Pilger fez durante dez anos a cobertura da guerra de Vietnam, quando era ainda um jovem jornalista.

Tem desde então frequentemente denunciado o que ocultavam os numerosos conflitos ocorridos e tornou-se um dos mais fiáveis analistas em termos de política internacional, bem como um cineasta talentoso. Como inimigo jurado da guerra de propaganda, saudou a acção dos lançadores de alertas que expuseram os terríveis abusos dos Governos ocidentais cometidos com o silêncio cúmplice e por vezes inclusivamente com o apoio dos grandes meios de comunicação. Nesta entrevista exclusiva que concedeu a Investig’Action, John Pilger fala-nos do seu novo filme “A próxima guerra contra a China”. Alerta-nos também sobre os perigos actuais do desencadear de uma guerra nuclear que ameaçaria toda a Humanidade.

Sr. John Pilger, em 5 de Dezembro será projectado pela primeira vez no Reino Unido o seu novo filme “A próxima guerra contra a China”. Pode falar-nos dele?

O filme “A próxima guerra contra a China” descreve o reforço massivo das forças aéreas e navais norte-americanas na Asia e no Pacífico, cujo único ponto de mira é a China.

O filme trata tanto da propaganda como da provocação militar. As “informações” dizem-nos que a China ameaça a paz na região construindo pistas de aterragem sobre ilhas situadas no Mar da China meridional, enquanto por outro lado nos ocultam o facto de que os Estados Unidos cercaram a China com 400 bases militares (equipadas com misseis, aviões e navios de guerra). É aquilo que um perito em estratégia chamou “o perfeito nó corrediço”.

O filme começa nas Ilhas Marshall, onde todos os dias e durante 12 anos foi ensaiada uma bomba similar à lançada sobre Hiroxima. Este filme desvenda um programa secreto (o projecto 4.1) que transformou todo um povo em “porquinhos-da-Índia”. Os EUA construíram aí uma das suas bases mais secretas, que supervisiona uma zona que vai do Pacífico até à China.

Porque fazer agora este filme?

O filme “A próxima guerra contra a China” tem como propósito romper o silêncio sobre a guerra nuclear. Segundo especialistas militares, a guerra nuclear já não é inimaginável, mas “uma eventualidade”.

O filme descreve uma nova “guerra fria”, na cual as “linhas da frente” não são tão facilmente identificáveis como na época da antiga guerra fria, e os riscos e perigos são mais importantes.

Tal como a China, a Rússia parece ser um alvo principal. ¿ Que pensa da decisão dos juízes britânicos de cancelar as contas bancarias da agência Russia Today ? ¿ E da recente resolução do Parlamento Europeu contra os meios de comunicação russos, que equipara a sua linha editorial a propaganda terrorista?

Parece que a decisão de cancelar as contas de Russia Today veio dos bancos, pelo temor de poderem estar sujeitos a multas por “violação das sanções contra a Rússia”. Contudo, a RT foi há pouco informada que a decisão estava ainda em discussão e que não havia nenhuma ameaça imediata sobre as suas contas. Ambos episódios fazem parte da histeria anti-Russia fomentada pelas administrações de Obama e da União Europeia.

Ha pouco declarou que “já começou uma Guerra Mundial” e que “…é uma guerra de propaganda”. ¿Que podem as pessoas fazer para actuar no campo de batalha da informação?

O que as pessoas deveriam fazer seria reunir-se num grande movimento que exija aos seus Governos que parem de saquear e atacar outros países. Não devem, do mesmo modo, deixar-se distrair pelas políticas de introspecção (“identitárias”) nem pelas falsas realidades fomentadas pelos meios de comunicação, que não são outra coisa senão extensões do poder belicista selvagem de Washington, Paris, Bruxelas e Londres.

A eleição de Trump suscitou um vivo debate nos EUA e na Europa. Inclusivamente, alguns analistas de esquerda saudaram a vontade de Trump de querer “apaziguar” as relações com a Rússia. ¿ compartilha deste optimismo?

A palavra “apaziguamento” é um termo sobretudo utilizado na propaganda da “Guerra fria” depois da segunda guerra mundial. Na realidade, o que há é outra forma de apaziguamento: demasiada gente na Europa e nos EE.UU fica calada ante as perigosas agressões exteriores dos seus Governos.

Quando ocorreram as atrocidades de Paris no ano passado, o Presidente Hollande enviou aviões de guerra bombardear a Síria. E isso, ¿com que consequências? Sem dúvida, com as de fomentar outras atrocidades.

Trump poderia ser algo menos belicista que Clinton?

Não deveríamos preocupar-nos com quem faz a paz entre Rússia e Europa, o importante é que se chegue à paz. A alternativa é a guerra, e possivelmente a guerra nuclear.

Muitas pessoas temem que se venha a assistir a um “sismo político” similar em outros países como a França, onde o Front National poderia aceder ao Eliseu em 2017…

Se o Front National chegasse à Presidência da República em 2017, ¿quem será plenamente culpável? Os liberais…a gente a quem frequentemente se chama “a esquerda”. Deveriam talvez ver-se ao espelho os que foram incapazes de fomentar um movimento duradouro que se opusesse tanto à austeridade como à agressividade exterior do seu Governo.

A Líbia foi destruída pelos bombardeamentos de Sarkozy, Clinton e Cameron. Com Kadhafi eliminado e com o saque do Estado moderno Líbio, as armas fluíram em direcção ao Sul.

Este belicismo estúpido tal como a destruição deliberada da Líbia abriram as portas a uma avalancha de emigrantes e refugiados vindos de África. A suposta “crise migratória” na Europa é a consequência directa das invasões do Ocidente sobre sociedades tribais frágeis. E ¿ quem se opôs então a toda esta violência entre os que hoje se escandalizam a propósito de Trump e de Le Pen?

Fonte original: http://www.investigaction.net/es/john-pilger-he-hecho-esta-pelicula-para-romper-el-silencio-sobre-la-guerra-nuclear/#sthash.bP5xxtD9.dpuf


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