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69 das 100 entidades mais ricas são corporações, não Governos.

Por Global Justice Now | Tradução: Plutocracia.com

3 de Novembro, 2018

- 157 das 200 principais entidades económicas por receita são corporações e não países.
- As 10 maiores receitas corporativas excedem os 3 biliões de dólares. ($3 trillion)
- Governo britânico incita o apoio ao Binding Treaty para que as corporações prestem contas na ONU, esta semana em Genebra.

As maiores corporações continuam a acumular receitas muito acima da maioria dos governos, segundo dados compilados pela Global Justice Now. Comparando as receitas de 2017, 69 das 100 principais entidades económicas são corporações e não governos. As dez maiores corporações - numa lista que inclui a Walmart, Toyota e Shell, além de várias corporações chinesas - arrecadaram mais de 3 biliões de dólares no ano passado.

Quando se trata das 200 maiores entidades, a diferença entre corporações e governos torna-se ainda mais pronunciada: 157 são corporações. A Walmart, a Apple e a Shell acumularam mais riqueza do que países razoavelmente ricos como Rússia, Bélgica e Suécia.

A Global Justice Now divulgou estes números para pressionar o Governo britânico durante as negociações do conselho de direitos humanos da ONU, que tem lugar esta semana. Pretende-se que se adopte um novo tratado, para forçar as corporações transnacionais a cumprir com as suas responsabilidades no que toca aos direitos humanos.

Ativistas pedem que o tratado seja legalmente aplicável a nível nacional e global. A Grã-Bretanha, que atualmente faz parte do conselho de direitos humanos da ONU, tem sido tradicionalmente hostil ao tratado. Tratado este, que é apoiado pelo Equador, África do Sul e muitos outros países em vias de desenvolvimento.

Nick Dearden, diretor da Global Justice Now, disse:

“A vasta riqueza e o poder das corporações estão no centro de muitos dos problemas do mundo - como a desigualdade e a mudança climática. A busca de lucros a curto prazo, parece hoje, superar os direitos humanos básicos de milhões de pessoas no planeta. Porém, existem poucos meios pelos quais os cidadãos podem responsabilizar essas corporações pelo seu comportamento. Em vez disso, através de acordos de comércio e investimento, são as corporações que são capazes de exigir que os governos se submetam às suas directivas."

“O governo do Reino Unido facilitou esse aumento do poder corporativo - por meio de estruturas fiscais, acordos comerciais e até programas de ajuda que beneficiam as grandes empresas. Desgraçadamente, também se opõe rotineiramente ao apelo dos países em desenvolvimento para que as corporações prestem contas na ONU, quanto aos impactos causados sobre os direitos humanos. É por isso que hoje nos unimos a campanhas de todo o mundo com o intuito de dizer ao governo britânico para não bloquear este pedido internacional por justiça.”

>>> Confira a lista completa comparando as receitas de países e corporações

>>> Leia nosso briefing de campanha

Notas

1. Estes números foram extraídos de uma comparação direta entre a receita anual das corporações e a receita anual dos países. Fontes: CIA World Factbook 2017 e Fortune Global 500.

2. A Global Justice Now é membro da Campanha Global para Recuperar a Soberania dos Povos, Desmantelar o Poder Corporativo e Acabar com a Impunidade, uma rede de mais de 250 movimentos sociais, organizações da sociedade civil (OSCs), sindicatos e comunidades de todo o mundo afetados pelas atividades de Corporações Transnacionais (TNCs). Está participando de uma semana de mobilização de pessoas em Genebra, de 13 a 20 de outubro, para coincidir com as discussões do Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre o projeto de texto do Tratado Vinculativo das Nações Unidas sobre as empresas transnacionais e os direitos humanos. Veja: https://www.stopcorporateimpunity.org.

Publicado pela Global Justice Now! em 17 de Outubro, 2018


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