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Plutocracia.com
As mãos desmedidas do grupo Bilderberg
por Manlio Dinucci
NO WAR NO NATO - 3 de junho, 2019
https://nowarnonato.blogspot.com/2019/06/pt-manlio-dinucci-arte-da-guerra-as.html
Três italianos foram convidados este ano
para a reunião do grupo Bilderberg, realizada em Montreux, na Suíça, de 30 de
Maio a 2 de Junho. Ao lado de Lilli Gruber, a apresentadora televisiva do
La7, agora convidada permanente do Bilderberg, foi convidado outro
jornalista: Stefano Feltri, Vice-Director do ‘Fatto Quotidiano’,
dirigido por Marco Travaglio. O "terceiro homem" escolhido pelo Bilderberg
é Matteo Renzi, senador do Partido Democrata, antigo Presidente do
Conselho.
O grupo Bilderberg, constituído
formalmente em 1954, por iniciativa de “cidadãos eminentes” europeus e
americanos, foi na verdade criado pela CIA e pelo serviço secreto britânico MI6
para apoiar a NATO contra a URSS [1]. Após a Guerra Fria, manteve a mesma função de apoio à
estratégia USA/NATO.
Às suas reuniões são convidados a
participar todos os anos, quase exclusivamente da Europa Ocidental e dos
Estados Unidos, cerca de 130 representantes do mundo político, económico e
militar, dos meios de comunicação mediática de destaque e dos serviços
secretos, que participam formalmente a título pessoal. Reúnem-se à porta
fechada, cada ano num país diferente, em hotéis de luxo blindados por sólidos
sistemas de segurança militar. Não é admitido nenhum jornalista ou observador,
nem é publicado qualquer comunicado. Os participantes estão sujeitos à regra do
silêncio: não podem sequer revelar a identidade dos oradores que lhes
forneceram certas informações (perante a proclamada “transparência”).Só sabemos
que este ano falaram principalmente da Rússia e da China, de sistemas
espaciais, de uma ordem estratégica estável, do futuro do capitalismo. As
presenças mais destacadas eram, como de costume, as dos Estados Unidos:
Ø Henry Kissinger, "figura histórica" do grupo ao
lado do banqueiro David Rockfeller (fundador de Bilderberg e da Trilateral,
falecido em 2017);
Ø Mike Pompeo, antigo Director da CIA e actual Secretário
de Estado [2];
Ø David Petraeus, Antigo General da CIA [3];
Ø Jared Kushner, Conselheiro (e genro) do Presidente Trump
para o Médio Oriente e amigo íntimo do Primeiro Ministro israelita Netanyahu.
Ø A estes segue-se Jens Stoltenberg, Secretário Geral da
NATO, que recebeu um segundo mandato pelos serviços aos EUA.
Durante quatro dias, em reuniões
secretas multilaterais e bilaterais, esses e outros representantes das grandes
potências (abertas e ocultas) do Ocidente, fortaleceram e expandiram a rede de
contactos que lhes permite influenciar as políticas governamentais e a opinião
pública.
Os resultados são visíveis. No “Fatto
Quotidiano”, Stefano Feltri defende o grupo Bilderberg explicando que
as suas reuniões são realizadas à porta fechada “para criar um contexto de
debate franco e aberto, precisamente porque não é institucional”, e expõe “os
múltiplos teóricos da conspiração” que espalham “lendas” sobre o grupo
Bilderberg e também sobre a Comissão
Trilateral [4] .
Não diz que, entre “os múltiplos
teóricos da conspiração", está o Magistrado Ferdinando Imposimato,
Presidente Honorário do Supremo Tribunal de Cassação (falecido em 2018), que
resumiu, assim, o resultado das investigações realizadas: “O grupo Bilderberg é
um dos responsáveis da estratégia de tensão e, portanto, também dos massacres”
a partir do sucedido na Piazza Fontana, em concerto com a CIA e com os serviços
secretos italianos, com a Gladio e com os grupos neofascistas, com a P2 e com
as lojas maçónicas USA, nas bases da NATO [5].”
Neste prestigiado clube também foi
admitido Matteo Renzi. Excluindo que o convidaram pelos seus dotes de analista,
resta a hipótese de que os poderosos de Bilderberg estão a preparar, de maneira
oculta, algumas operações políticas em Itália. Pedimos desculpa a Feltri
de nos juntarmos também aos “múltiplos teóricos da conspiração”.
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
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