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Derrota de Corbyn e o fim da última ilusão da esquerda [liberal]

por Jonathan Cook | Jonathan Cook Blog

TLAXCALA - 16 de dezembro, 2019

http://www.tlaxcala-int.org/article.asp?reference=27652

Foi eleição-disputa entre duas ilusões.


(1) A primeira dessas ilusões ajudou a persuadir boa parte do público inglês a votar a favor de um exemplar resumo e consubstanciação do ‘puro-sangue’ de [a Universidade] Eton, homem que não só mostrou acintoso desprezo pela maioria dos que votaram nele, mas dedicou toda a vida tentar aprender, no máximo, a mal disfarçar aquele desprezo. Para ele, política é uma ego-trip, um jogo no qual outros sempre pagam o preço e sofrem, emprego ao qual ele próprio tem direito por nascimento e educação-criação de qualidade superior.

A medida pela qual tais ilusões dominam hoje nossa vida política apareceu clara há dois dias, com um comentário inacreditável, de cair o queixo, de um trabalhador de um mercado de peixe de Grimsby. O homem disse que votaria num Tory pela primeira vez, porque “Boris parece um cara normal da classe trabalhadora.”

Johnson é tão precisamente classe trabalhadora e “normal”, quanto o [jornal] Sun e o [jornal] Mail propriedade ambos de um bilionário. O Sun não é produzido por um grupo de sujeitos da classe trabalhadora reunidos num pub para rir um pouco; nem o Mail é produzido por conscienciosos gerentes médios empenhados em promover “valores britânicos” e um senso de fair play e decência. Como o resto da mídia britânica, esses veículos são máquinas, de propriedade de corporações planetárias que nos vendem as ilusões – cuidadosamente embaladas e ‘marketadas’ para nosso interesse setorial – necessárias para assegurar que que nada impeça a capacidade da corporação mundial para realizar lucros imensos, à custa do planeta.

Os [jornais] Sun, Mail, Telegraph, Guardian e a BBC todos trabalharam muito para criar “personalidades” para si mesmos. Apresentam-se como diferentes – como amigos que o público possa convidar, ou não convidar, para visitá-los em casa – para alcançar a maior fatia possível do público no Reino Unido, para capturar cada setor do público como consumidor de notícias, ao mesmo tempo em que nos dão uma versão distorcida da realidade, de conto de fadas, a que mais bem se integre aos ‘negócios’. Nisso, não diferem de outras empresas comerciais.

Media wot won it [Intraduzível. Aprox. “Quem ganhou foi a mídia”, manchete do Sun dia 11/4/1992, na vitória dos Conservadores]
Supermercados como Tesco, Sainsbury, Lidl e Waitrose também tratam as próprias marcas de modo a atrair diferentes setores do público consumidor. Mas esses supermercados são movidos pela mesma necessidade patológica de lucrar o máximo, custe, a quem for, o que custar. Se Sainsbury vende chá produzido por regras do fair trade [literalmente, “comércio justo”] ao lado de chá comercializado pelas vias tradicionais, não é porque se preocupe mais que o supermercado Lidl com o modo como os trabalhadores são tratados e com o maior ou menor respeito à preservação do meio ambiente, mas porque sabe que seus consumidores dão menos importância a questões desse tipo. E desde que os lucros sejam equivalentes na venda do chá que presta e do chá que não presta... porque não recolher lucro máximo de sua fatia de mercado, em nome do direito de o consumidor escolher livremente?

Mas a mídia é diferente dos supermercados. A mídia não é movida simplesmente pela busca do lucro. De fato, muitos meios de comunicação lutam duramente para fazer dinheiro. De fato, são como aqueles itens que os supermercados anunciam e vendem a preço abaixo do custo, porque são produtos cuja venda estimula a venda de outros produtos mais lucrativos [ing. loss-leader promotion], ou como aqueles bens, cujo valor venal os empresários reduzem nas declarações de patrimônio, para pagar menos impostos [ing. business write-off against tax].

O serviço da mídia é servir como braço de propaganda do big business. Ainda que o Sun perca dinheiro, mesmo assim é empresa bem-sucedida, se consegue eleger o candidato do business – o candidato que manterá muito baixos os impostos e taxas que as empresas têm de pagar, sobre os ganhos de capital e outros impostos e taxas que afetam os lucros corporativos, os quais têm de ser mantidos no limite inferior máximo que não faça eclodir uma insurreição popular.

Os veículos das empresas de mídia lá estão para apoiar o candidato ou candidatos que aceitem ceder mais e mais serviços públicos à iniciativa privada, para gerar lucros de curto prazo e deixar que os empresários abutres biquem sem dó o cadáver público. O serviço dos veículos da mídia-empresa é apoiar o candidato que garanta prioridade aos interesses empresariais privados, sobre os interesses públicos; aos lucros rápidos sobre o futuro da Saúde e da Educação públicas; à lógica autodestrutiva do capitalismo, contra a ideia – socialista ou não – de um universo público, de bens comuns. As empresas por trás de Sun ou do Guardian podem suportar perdas consideráveis, se os interesses de outras empresas do mesmo grupo continuarem a prosperar.

Não só o Sun “ganhou”: toda a indústria da mídia-empresa ganhou e levou.

Exposto o papel da BBC
A real revelação dessa eleição, contudo, foi a BBC, a mais bem disfarçada de todas essas máquinas geradoras de ilusões. A BBC é emissora estatal, que há muito tempo usa a divisão de entretenimento – de seriados e filmes de costumes até documentários da vida selvagem – para nos enfeitiçar e assegurar que a vasta maioria da população seja mantida suficientemente feliz para continuar a convidar a BBC para dentro das próprias casas. A ausência de publicidade comercial, a aparente ausência de qualquer imperativo comercial, tem sido fator importante para persuadir os ingleses da veracidade do mito de que a British Broadcasting Corporation seria movida por superior motivação; de que ali estaria um autêntico tesouro nacional; que a BBC estaria ‘do nosso lado’.

Por favor, não me digam que Laura Kuenssberg, editora de política da BBC não conhecia a regra do voto postal. LK infringiu a lei, sabendo que o fazia. Porque

1) é politicamente orientada e partidária (como demonstrou várias e várias vezes); e porque

2) LK sabe que seu crime não será punido https://twitter.com/Independent/status/1204865313336111110 …

Mas a BBC sempre foi o braço de propaganda do estado, do establishment britânico. Uma vez, por pouco tempo, nos tempos politicamente mais polarizados da minha juventude, os interesses do estado foram contestados. Houve governos Trabalhistas intermitentes que tentaram representar os interesses dos trabalhadores e dos poderosos sindicatos que o establishment britânico não se atrevia a atropelar muito escancaradamente. Naquele tempo, os interesses populares ainda não podiam ser completamente desconsiderados. A BBC fazia de tudo para fazer crer que seria ‘isenta’, mesmo que absolutamente não fosse realmente isenta.

Tudo isso mudou, como essa eleição deixou mais absolutamente visível do que jamais antes.

O que praticamente todas as primeiras páginas dos jornais publicariam hoje pela manhã, se todos os jornais e revistas não estivessem na gaveta os proprietários bilionários que querem Boris Johnson no governo custe o que custar [9:41 AM - Dec 10, 2019]

A realidade é que a classe proprietária dos veículos de mídia – os 0,001% – sempre esteve no controle da vida política britânica, ininterruptamente, por 40 anos. Como nos EUA, as empresas capturaram nossos sistemas políticos e econômicos com tal total sucesso, que ao longo de praticamente todo esse tempo, terminamos obrigados a escolher sempre entre dois partidos do capital: o partido Conservador e o partido do Novo Trabalhismo.

Repórter da BBC: “Se Boris conseguir a maioria q TANTO merece” Alô, Grã Bretanha, Coreia do Norte ao telefone. Querem que vocês devolvam o ministério da informação deles.... 4:37 PM - Dec 11, 2019

Sociedade tornada oca
As corporações usaram essa regra inquebrável para escorar o próprio poder. Prédios públicos foram vendidos, as empresas de construção converteram-se em bancos, as indústrias financeiras foram desreguladas para fazer do lucro a única medida de valor, o serviço público de saúde foi lentamente canibalizado. A BBC também foi afetada. Governos sucessivos ameaçaram mais abertamente a sua estrutura financeira de sustentação. A representação sindical, como por toda parte, foi erodida e as demissões tornaram-se ainda mais fácil, conforme se iam implantando novas tecnologias. Os administradores da BBC passaram a ser selecionados, cada vez mais direta e estreitamente do mundo da grande finança, do big business. E os novos editores passaram a poder ser cada vez mais intercambiáveis com os novos editores da mídia impressa onde reinavam os proprietários bilionários.

Para tomar um dentre vários exemplos, Sarah Sands, editora do programa chave “Today” Radio 4, da BBC, iniciou a carreira nos jornais Mail e Telegraph, veículos que são praticamente braços de propaganda de Boris Johnson.

88% dos spots de propaganda dos Conservadores repetem mentiras; e vê-se zero spots de propaganda dos Trabalhistas, o que leva à conclusão óbvia de que os dois partidos são igualmente péssimos. https://www.bbc.com/news/technology-50726500 … 4:54 PM - Dec 10, 2019

Nessa eleição, a BBC arrancou a máscara de prestadora de serviço público, para revelar uma face de autômato corporativo Exterminador que permanecia oculta. Foi duro de engolir, mesmo para um crítico veterano de nossa mídia, como eu. Essa BBC reformatada, cuidadosamente construída ao longo dos últimos 40 anos, mostra que o establishment do patriciado britânico da minha juventude – por ruim que fosse – deixou de existir.

A BBC hoje é imagem especular de nossa sociedade tornada oca, sem substância: já não existe para manter coesa a sociedade britânica, para forjar valores partilhados, para encontrar terreno comum entre a comunidade dos empresários patrões e os sindicatos, para criar – ainda que falsamente – um senso de interesse mútuo entre os patrões proprietários e os trabalhadores. Não. A BBC lá está para cercar e proteger o capitalismo neoliberal superturbinado. Lá está para canibalizar o que resta da sociedade britânica e afinal, como todos talvez descubramos muito em breve, lá está para gerar uma guerra civil.

Uma rápida espiadela para fora de Matrix, na direção do mundo real, mostra Corbyn atencioso, pé no chão e tratado por amplos setores do público britânico, mais como um ‘rock star’. Mas, claro, imediatamente depois o serviço normal da BBC foi retomado https://twitter.com/poetinpyjama/status/1203697907943251968 …

Finalmente uma bomba de verdade, na mídia, sobre a real enorme popularidade de Jeremy Corbyn. Esses números são da eleição de 2019.

Quase nem me dei conta de o quão rapidamente a BBC voltou à atividade normal, de atacar-Corbyn-sem-descanso-custe-o-que-custar. Skawkbox noticia que o segmento foi cortado da matéria pelos editores da BBC, quando o programa foi repetido, uma hora mais tarde

Horizontes morais encolhidos

(2) A segunda ilusão, das duas entre as quais se travou a eleição na Grã-Bretanha foi a ilusão que a esquerda cultivou.

Nos agarramos a um sonho, como a um barco salva-vidas, de que ainda existiria algum espaço público em nosso país; de que, por horrível que fosse nosso sistema eleitoral, por mais enviesadas que fossem ‘as elites’ governantes, ainda viveríamos numa democracia na qual ainda seria possível mudança real, significativa; que o sistema já não se teria tornado absolutamente impenetrável, e já não impediria completamente que cidadãos como Jeremy Corbyn chegassem ao poder.

Essa ilusão cresceu sobre várias premissas falsas. De que a BBC ainda seria a instituição de nossa juventude, que jogaria razoavelmente limpo, no que tivesse a ver com as eleições, e daria a Corbyn e Johnson direitos equivalentes a uma campanha eleitoral no mínimo ‘normal’. Que as mídias sociais – apesar dos incansáveis esforços dessas novas empresas de mídia para usarem seus algoritmos para nos prender em nossas próprias pequenas câmaras de eco – atuariam como contrapeso à mídia tradicional.

Mas, mais importante que tudo isso, fizemo-nos de cegos às mudanças sociais que 40 anos de incansável Thatcherismo patrocinado pela mídia-empresa obraram, sem serem jamais enfrentadas, em nossa imaginação social, em nossa ideologia de vida, em nossa capacidade para ser compassivos.

Conforme as instituições públicas foram reduzidas a cacos e liquidadas, o espaço público encolheu dramaticamente. E o mesmo aconteceu com nossos horizontes morais. Deixamos de nos interessar por uma sociedade que Margaret Thatcher contou-nos que já nem existiria.

Grandes faixas das gerações mais velhas lucraram na liquidação de propriedade pública, e com políticas que flagrantemente desconsideram o futuro do planeta. Foram persuadidos de que esse modelo de lucro de curto prazo, de queima de ativos econômicos, da qual eles mesmos beneficiaram-se pessoalmente seria, não só sustentável, mas, além de sustentável, que seria o único modelo possível, o único bom modelo.

As gerações mais jovens não conheceram qualquer outra realidade. O lucro como única inspiração e principal motivação, a recompensa instantânea, indulgência de consumidor cego – eis as únicas regras que jamais foram apresentadas, para avaliar valor. Número crescente de pessoas já começaram a compreender que essa ideologia é perversa, doentia, que vivemos numa sociedade insana, corrompida até a medula; mas essas pessoas não conseguem imaginar outro mundo – um mundo do qual jamais tiveram experiência.

Como as massas poderiam considerar hoje o que a classe trabalhadora alcançou há décadas? Como compreender que sociedade muito mais pobre do que a de hoje criou saúde pública gratuita para todos, um serviço público de atendimento à saúde de alta qualidade, do qual o que há hoje é no máximo uma sombra pálida? Como considerariam tudo isso, se essa história – a história das lutas que levaram àquelas conquistas –, só muito raramente é contada às massas e, mesmo quando é contada, só aparece já completamente distorcida pelo prisma dos interesses de empresas comerciais de jornalismo, cujos proprietários são bilionários muito poderosos?

Um sistema político viciado
Nós da esquerda não perdemos essa eleição: perdemos nossas últimas ilusões. O sistema está viciado – como sempre foi viciado –, de modo a beneficiar os poderosos. Esse sistema jamais admitirá, por iniciativa dele, que se constitua sistema socialista real, nem que cresça qualquer líder político profundamente comprometido com garantir assistência à saúde da população e do planeta; qualquer político que possa tirar o poder das mãos da classe proprietária. Não permitir que se criem, nem o sistema nem o candidato de sistema socialmente mais justo é, em poucas palavras, exatamente a missão que a mídia-empresa de comunicação em geral existe para cumprir.

Não se trata de ‘não saber perder’, nem se trata de “não quero essas uvas verdes amargas”...

No caso extraordinário de que Corbyn conseguisse superar todos os obstáculos institucionais, todas as calúnias e mentiras, e tivesse vencido a eleição de ontem, planejava escrever postado diferente, hoje – e não seria postado de celebração, de vitória. Não me vangloriaria, como os apoiadores de Johnson e os oponentes de Corbyn no partido Conservador, grandes grupos dentro dos Trabalhistas parlamentares, e todos nos jornais e veículos liberais e de direita vangloriam-se hoje.

Esse é o momento que Freedland* desejava ver em 2017, e cuja volta esperou. Ele e seu Guardian tiveram de esperar mais dois anos para se vangloriar, mas não desperdiçaram um segundo desses dois anos. Desde 2017, trabalharam aplicadamente para construir e ver acontecer uma derrota de Corbyn https://twitter.com/Freedland/status/1205405372875517954 …

Como grande admirador de Michael Foot, gigante intelectual que combateu os explicadores/apaziguadores do fascismo [ing. who had fought the appeasers of fascism] nos anos 1930s, sempre me irritou que o seu nome seja usado como sinônimo de fracasso. Não mais. O pior desempenho dos Trabalhistas no pós-guerra não aconteceu com Foot. Aconteceu com Corbyn.

Não, eu não faria isso. Cuidaria, isso sim, de alertar para o fato de que a verdadeira batalha pelo poder está só começando. Que por terríveis que tenham sido os últimos quatro anos, o pior ainda está por vir. Que aqueles generais ameaçaram amotinar-se quando Corbyn foi eleito líder do Partido Trabalhista continuam ali, escondidos nas sombras. Que os veículos da mídia-empresa não desistirá do projeto de desinformar: ao contrário, a desinformação será intensificada. Que os serviços de segurança que têm tentado apresentar Corbyn como espião russo passarão, das insinuações, para ação mais explícita.

O futuro está do nosso lado
Mesmo assim, temos o futuro ao nosso lado, por escuro que possa ser. O planeta não se curará ele mesmo, com Johnson, Donald Trump e Jair Bolsonaro no poder. Vai adoecer mais e mais, muito mais, muito mais depressa. Nossa economia não se tornará mais produtiva ou mais estável depois do Brexit. O destino econômico da Grã-Bretanha se tornará ainda mais estreitamente amarrado aos EUA, com os recursos naturais que se vão esgotando e as catástrofes ambientais e climáticas que se multiplicam (tempestades, nível do mar que sobe, inundações, secas devastadoras, colheitas fracassadas, racionamento de energia). As contradições entre crescimento sem fim e um planeta cujos recursos são finitos se tornarão cada dia mais agudas, e as quebradeiras, como de 2008, cada vez mais frequentes.

O partido do dinheiro, que a vitória de Johnson libertou, levará, mais cedo ou mais tarde a uma ressaca realmente aterradora.

O mais provável é que os adeptos de Tony Blair explorem essa derrota de hoje, para empurrar os Trabalhistas à velha posição de partido do capital neoliberal. Novamente nos mandarão ‘escolher’ entre dois partidos Tory, um azul e um vermelho. Se conseguirem o que desejam, a massa dos trabalhadores do Partido Trabalhista dará as costas ao partido, e o Partido mais uma vez tornar-se-á irrelevante, uma concha oca onde um dia viveu um partido de trabalhadores, tão ideologicamente e espiritualmente vazio quanto era, até que Corbyn tentou reinventá-lo.

Talvez o melhor seja que o golpe venha logo, que não se arraste, como ameaça, por anos e anos, mantendo-nos presos dentro da armadilha de uma ilusão de que poderíamos ‘consertar’ o sistema servindo-nos das ferramentas que o a classe proprietária nos ofereça.

Temos de sair às ruas – como fizemos antes com Occupy, com Extinction Rebellion, com as greves das escolas – para reivindicar para nós o espaço público, para reinventá-lo e redescobri-lo. A sociedade não deixou de existir. Não foi morta e esquartejada por Thatcher. Apenas esquecemos do mundo em que vivemos, esquecemos que somos humanos, não máquinas. Esquecemos que somos todos parte da sociedade. Que nós, afinal de contas, somos, precisamente a sociedade.

É chegada a hora de pôr de lado as criancices, e de retomar o futuro, outra vez, em nossas mãos.

NTs
*Colunista do Guardian, apresentador do programa “The Long View”, da BBC R4. Escreve romances de suspense político, sob o pseudônimo de Sam Bourne [Da pág.do Twitter, aqui traduzido].

Traduzido por Coletivo de tradutores Vila Mandinga

Jonathan Cook ganhou o prémio Martha Gellhorn Special de jornalismo. Os seus livros incluem “Israel e o Choque das Civilizações: Iraque, Irão e o Plano para Refazer o Médio Oriente” (Pluto Press) e “Palestina em desaparecimento: experiências de Israel com o Desespero Humano” (Zed Books).

http://www.tlaxcala-int.org/article.asp?reference=27652


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