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Na estrada de Damasco: como foi vencida a Guerra na Síria
Depois da aliança Damasco-curdos, a Síria pode bem ter sido a maior derrota da CIA desde o Vietnã – diz Pepe Escobar.
por Pepe Escobar | Consortium News
Oriente Mídia - 20 de outubro, 2019
http://www.orientemidia.org/pepe-escobar-na-estrada-de-damasco-como-foi-vencida-a-guerra-na-siria/
O que está acontecendo na Síria, depois de mais um acordo bem-sucedido negociado pela Rússia, é evento geopolítico de consequências gigantesca, desses eventos que viram o jogo. Tentei resumi-lo num só parágrafo, como segue:
“É vitória quádrupla. Os EUA conseguem saída que lhes salva a cara, a qual Trump pode vender como meio para evitar conflito com A Turquia, aliada dos EUA na OTAN. A Turquia obtém a garantia – dada pelos russos – de que o Exército Árabe Sírio controlará a fronteira turco-síria. A Rússia impede que a guerra escale, e mantém vivo o processo de paz Rússia-Irã-Turquia. E a Síria, com o tempo, alcançará novamente o controle sobre todo o nordeste.”
A Síria é provavelmente a maior derrota da CIA desde o Vietnã.
Mas isso ainda não é nem o começo da história toda.
Permitam-me esquematizar rapidamente, em traços históricos amplos, o que temos aqui.
Começou por uma intuição que tive mês passado, na tríplice fronteira de Líbano, Síria e Palestina Ocupada; depois foram várias conversas que tive em Beirute com analistas de primeira qualidade, libaneses, sírios, iranianos, russos, franceses e italianos; somadas ao que aprendi de minhas pela Síria desde 1990s; mais um mix de bibliografia selecionada em francês, que encontro na livraria Antoine, em Beirute.
As Vilayets
Comecemos no século 19, quando a Síria consistia de seis vilayets — províncias otomanas – sem contar Monte Líbano, que tinha status especial desde 1861, em benefício de cristãos maronitas e Jerusalém, e que era uma sanjak (divisão administrativa) de Istanbul.
As vilayets não definem a identidade síria, extremamente complexa: por exemplo, na vilayet de Maras, a maioria eram armênios; em Diyarbakir, curdos – ambas hoje parte da Turquia no sul da Anatólia – e as vilayets de Aleppo e Damasco eram ambas árabes sunitas.
A Síria otomana do século 19 foi o ápice do cosmopolitismo. Não havia fronteiras interiores nem muros. Tudo era interdependente.
Mapa: Grupos étnicos nos Bálcãs e na Ásia Menor, início do século 20, Historical Atlas, 1911.
Então os europeus, aproveitando-se da 1ª Guerra Mundial, intervieram. A França tomou o litoral sírio-libanês e, depois, as vilayets de Maras e Mosul (hoje no Iraque). A Palestina foi separada de Cham (o “Levante”), para ser internacionalizada. A vilayet de Damasco foi cortada ao meio: a França ficou com o norte, os britânicos, com o sul. A separação entre terras sírias e libanesas, predominantemente cristãs, veio depois.
Sempre houve a questão complexa da fronteira entre Síria e Iraque. Desde a antiguidade, o rio Eufrates funcionou como uma barreira, por exemplo, entre o Levante dos omiadas e seus furiosos opositores concorrentes do outro lado do rio, os abássidas mesopotâmicos.
James Barr, em seu esplêndido A Line in the Sand, observa, corretamente, que o acordo Sykes-Picot impôs ao Oriente Médio a concepção europeia de “território”: a “linha na areia” codificou uma separação demarcada entre estados-nação. Problema é que não havia estados-nação naquela região no início do século 20.
O nascimento da Síria como a conhecemos é work in progress, trabalho em andamento, envolvendo os europeus, a dinastia hachemita, os sírios nacionalistas investidos em construir uma Grande Síria que inclua o Líbano e os maronitas do Monte Líbano. Fator importante é que poucos na região lamentaram perder a dependência que os ligava à Medina Hachemita, nem, exceto os turcos, ninguém lamentou perder a vilayet de Mosul no que depois da 1ª Guerra Mundial tornou-se o Iraque.
Em 1925, os sunitas tornaram-se a força dominante de facto na Síria, na Aleppo e Damasco unificadas pelos franceses. Nos anos 1920s, a França também estabeleceu as fronteiras ocidentais da Síria. E o Tratado de Lausanne, em 1923, forçou os turcos a entregar todas as propriedades otomanas, mas não tirou os turcos do jogo.
Mapa: Fronteiras turcas, conforme o Tratado de Lausanne, 1923.
Os turcos logo se puseram a interferir contra o mandato francês e começaram a bloquear o sonho da autonomia curda. Até que a França cedeu: a fronteira turco-síria acompanharia a rota da legendária Bagdadbahn — a ferrovia Berlin-Bagdá.
Nos anos 1930s, a França cedeu ainda mais: o sanjak de Alexandretta (Iskenderun de hoje, na província Hatay, Turquia), foi finalmente anexada pela Turquia em 1939, quando só 40% da população era turca.
A anexação levou ao exílio de dezenas de milhares de armênios. Foi golpe terrível para os nacionalistas sírios. E foi um desastre para Aleppo, que perdeu seu corredor até o Mediterrâneo Oriental.
Imagem: Forças turcas entram em Alexandretta dia 5/7/1938.
Nas estepes orientais, a Síria era só tribos beduínas. Para o norte, era o confronto turcos-curdos. E para o sul, a fronteira era miragem no deserto, só demarcada com o advento da Transjordânia. Só o front ocidental, com o Líbano, foi estabelecido e consolidado depois da 2ª Guerra Mundial.
Essa Síria emergente – que brotava de incontáveis interesses de turcos, franceses, britânicos e outros interesses locais – obviamente não satisfaria, como não satisfez, comunidade alguma. Ainda assim, o coração da nação configurava o que foi descrito como “Síria útil”. Nada menos de 60% da nação era – e assim continua – praticamente vazia. Mas, geopoliticamente, essa condição traduz-se em “profundidade estratégica” – o xis da questão na atual guerra.
De Hafez a Bashar
A partir de 1963, o partido Baath, secular e nacionalista, assumiu a Síria, e consolidou o próprio poder, afinal, em 1970 com Hafez al-Assad, que, em vez de apenas depender de sua minoria alauíta, construiu vasta maquinaria de estado hipercentralizado misturado com estado policial. Dentre os atores chaves, só a Fraternidade Muçulmana recusou-se a jogar o jogo, até que, na dura repressão de 1982 em Hama, foram massacrados.
Secularismo e estado policial: eis a fórmula segundo a qual foi possível preservar o frágil mosaico sírio. Mas já nos anos 1970s viam-se fraturas profundas: entre as grandes cidades e periferias muito pobres; entre o ocidente “útil” e o oriente beduíno; entre árabes e curdos. Mas as elites urbanas jamais repudiaram a mão de ferro de Damasco: o clientelismo, o compadrio, afinal de contas, era muito lucrativo.
Damasco interferiu pesadamente na guerra civil libanesa desde 1976 a convide da Liga Árabe, como “força para manutenção da paz”. Pela lógica de Hafez al-Assad, destacar a identidade árabe do Líbano era essencial para recuperar a Grande Síria. Mas o controle sírio sobre o Líbano começou a desandar em 2005, e depois do assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafiq Hariri, muito próximo da Arábia Saudita, o Exército Árabe Sírio logo deixou o país.
Bashar al-Assad subiu ao poder em 2000. Diferente do pai, apostou nos alauítas para comandar a máquina do estado, controlando assim a possibilidade de um golpe, mas afastando dos sírios pobres, das ruas.
O que o ocidente definiu como ‘primavera árabe’ começou na Síria em março de 2011; foi revolta contra os alauítas, tanto quanto foi revolta contra Damasco. Totalmente instrumentalizada por interesses estrangeiros, a revolta disseminou-se pelas periferias sunitas extremamente pobres e desassistidas: em Deraa no sul, no leste deserto e nos subúrbios de Damasco e Aleppo.
Imagem: Protesto em Damasco, 24/4/2011 (syriana2011/Flickr)
O que o ocidente não compreendeu é que esse “banquete de mendigos” não era feito contra a nação síria, mas contra um “regime” Jabhat al-Nusra, em movimento de Relações Públicas, até rompeu o elo vital que a ligava à al-Qaeda e mudou o próprio nome para Fatah al-Cham e depois Hayat Tahrir al-Cham (“Organização para a Libertação do Levante”). Só ISIS/Daech declararam que combatiam pelo fim de Sykes-Picot.
Em 2014, o campo de combates perpetuamente em movimento estava mais ou menos estabelecido: Damasco contra os dois, Jabhat al-Nusra e ISIS/Daech, com papel muito instável para os curdos no nordeste, obcecados com preservar os cantões de Afrin, Kobane e Qamichli.
Mas o ponto chave é que cada katiba (“grupo de combate”), cada bairro, cada vila e, de fato, cada combatente estavam num vai e vem sem fim de juramentos de fidelidade. Assim se gerou uma nebulosa de jihadistas, criminosos, mercenários, alguns ligados à al-Qaeda, alguns ao Daech, alguns treinados pelos norte-americanos, alguns fazendo dinheiro rápido.
Salafistas, por exemplo, prodigamente financiados por Arábia Saudita e Kuwait — especialmente Jaish al-Islam, até fizeram alianças com os curdos do PYD[1] na Síria e os jihadistas de Hayat Tahrir al-Cham (a al-Qaeda na Síria remix de 30 mil homens). Enquanto isso os curdos do PYD (emanação do PKK[2] dos curdos turcos, que Ancara considera “terroristas”) aproveitaram-se dessa confusão macabra – mais uma ambiguidade deliberada de Damasco – para tentar criar sua Rojava autônoma.
Aquela profundidade estratégica turca
A Turquia estava nisso até o pescoço. Turbinada pela política neo-otomana do ex-ministro de Relações Exteriores Ahmet Davutoglu, a lógica seria reconquistar partes do império otomano e livrar-se de Assad, porque Assad ajudara os rebeldes do PKK curdo na Turquia.
O livro de Davutoglu Strategik Derinlik (“Profundidade Estratégica”), publicada em 2001, teve grande sucesso na Turquia, reivindicando a glória de oito séculos de um império em expansão, comparada a meros 911 quilômetros de fronteiras fixados pelos franceses e pelos kemalistas. Bilad al Cham, a província otomana que congregava Líbano, Palestina histórica, Jordânia e Síria, permanecia poderoso ímã no inconsciente de sírios e também de turcos.
Não surpreende que Recep Erdogan da Turquia tenha sido demitido: em 2012 chegou a jactar-se de que se preparava para rezar na Mesquita Omiada em Damasco, depois da mudança de regime, claro. Desde 2014, Erdogan lutava para criar uma zona segura dentro das fronteiras sírias – na verdade, um enclave turco. Para consegui-lo usara uma seleção vasta dos jogadores mais bandidos – desde milícias próximas da Fraternidade Muçulmana, até gangues turcomenas as mais violentas.
Com o estabelecimento do Exército Sírio Livre (ESL), pela primeira vez a Turquia permitiu que grupo armados por estrangeiros operassem em território turco. Um campo de treinamento foi criado em 2011 na sanjak de Alexandretta. O Conselho Nacional Sírio também foi criado em Istanbul – uma leva de não entidades da diáspora, que há décadas não punha os pés na Síria.
Ancara construiu uma Highway Jihadista de facto – com gente da Ásia Central, do Cáucaso, Maghreb, Paquistão, Xinjiang, de todo o norte da Europa contrabandeada sem qualquer controle, num vaivém ininterrupto. Em 2015, Ancara e Riad montaram o temido Jaish al-Fath (“Exército da Conquista”), que incluiu o grupo Jabhat al-Nusra (al-Qaeda).
Ao mesmo tempo, Ancara manteve relacionamento extremamente ambíguo com ISIS/Daech, comprando petróleo contrabandeado, ameaçando jihadistas em hospitais turcos, e dando atenção zero à inteligência dos jihadistas coletada e desenvolvida em território turco. Ao longo de pelo menos os últimos cinco anos, a inteligência turca (tu. MIT) forneceu informação de contexto logístico e político à oposição síria, ao mesmo tempo em que fornecia armas à galáxia dos grupos salafistas. Afinal, Ancara acreditou que o ISIS/Daech só existiria por causa do “mal” disseminado pelo regime Assad.
O fator russo
Imagem: Encontro do presidente russo Vladimir Putin com o presidente da Turquia Recep Erdogan; em pé, o ministro de Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov.
Ancara, 1/12/2014, Kremlin.
O primeiro movimento que mudou o jogo foi a entrada espetacular dos russos, no verão de 2015. Vladimir Putin convidou os EUA a que se unissem à luta contra o ISIS/Daech, como a União Soviética aliou-se contra Hitler, desmentindo o discurso norte-americano segundo o qual a Rússia teria interesse em restaurar a passada glória imperial. Mas o plano dos EUA de Barack Obama era de ideia única, obsessiva: apostar num exército de farrapos, chamado Forças Democráticas Sírias (FDS) – mistura de curdos e árabes sunitas, apoiados pela força aérea e por forças especiais dos EUA, ao norte do rio Eufrates, para esmagar o ISIS/Daech ao longo de todo o caminho até Raqqa e Deir-Ezzor.
Raqqa, bombardeada até virar pó pelo Pentágono, talvez até tenha sido tomada pelas FDS, mas Deir-Ezzor foi tomada pelo Exército Árabe Sírio de Damasco. O objetivo final dos EUA era manter o norte do Eufrates sob consistente controle dos EUA, servindo-se para isso de ‘procuradores’ locais dos norte-americanos: as FDS e os curdos do PYD/YPG. Esse sonho dos EUA está hoje enterrado, para grande lástima de todos os imperialistas norte-americanos, Democratas e Republicanos.
A CIA está e assim continuará até o dia do Juízo Final, à caça do escalpo de Trump.
Fim do sonho curdo
Pensem num mal-entendido cultural: de um lado, os curdos sírios acreditaram que a proteção dos EUA implicaria endosso aos sonhos da independência curda; de outro, os EUA jamais deram qualquer sinal de compreender que nada e ninguém compra uma tribo no “Oriente Médio Expandido”. No máximo se consegue alugar tribos. E as tribos usam você, conforme o interesses delas. Vi acontecer exatamente assim, do Afeganistão à província Anbar do Iraque.
O sonho curdo de território contíguo e autônomo, de Qamichli a Manbij está acabado. Árabes sunitas que vivem nesse perímetro resistirão contra qualquer tentativa curda de dominá-los.
O PYD sírio foi fundado em 2005 por militantes do PKK. Em 2011, sírios do PKK vieram de Qandil – base do PKK no norte do Iraque – para construir a milícia YPG para o PYD. Em zonas predominantemente árabes, os curdos sírios estão no governo porque para eles árabes não passam de bárbaros, incapazes de construir a sociedade com que os curdos sírios sonham: “democrática, socialista, ecológica e multicomunitarista”.
Pode-se imaginar o quão visceralmente esses líderes tribais árabes sunitas conservadores odeiam esses curdos sírios. Em absolutamente nenhum caso esses líderes tribais apoiarão os curdos contra o Exército Árabe Sírio ou contra o Exército Turco; afinal, todos esses líderes tribais árabes passaram muito tempo em Damasco para obter o apoio de Bashar al-Assad. E agora os próprios curdos aceitaram aquele apoio, ante a incursão turca, que recebeu luz verde de Trump.
A leste de Deir-Ezzor, o PYD/YPG já teve de dizer adeus à região que é responsável por 50% da produção síria de petróleo. Atualmente, Damasco e o Exército Árabe Sírio estão no controle. Resta ao PYD/YPG resignar-se à proteção de Damasco e da Rússia contra a Turquia, e a exercer sua soberania exclusivamente em territórios curdos.
Ignorância do ocidente
O ocidente, fechado em típica arrogância orientalista, jamais compreendeu que alauítas, cristãos, ismailitas e drusos na Síria sempre optarão pela proteção que Damasco lhes assegure, se comparada a qualquer “oposição” monopolizada por islamistas linha-dura, quando não jihadistas. O ocidente tampouco compreendeu que o governo em Damasco sempre poderá contar, para sobreviver, com as formidáveis redes do partido Baath plus os temidos mukhabarat — os serviços de inteligência.
Reconstruir a Síria
A reconstrução da Síria pode custar cerca de $200 bilhões. Damasco já fez saber muito claramente, que EUA e União Europeia não são bem-vindos. A China estará na linha de frente, ao lado de Rússia e Irã; será projeto que seguirá estritamente o manual de integração da Eurásia – com os chineses dedicados a fazer reviver o posicionamento estratégico da Síria na Antiga Rota da Seda.
Quanto a Erdogan, em quem praticamente já ninguém confia, e já bem menos neo-otomano do que em passado recente, parece que, afinal, compreendeu que Bashar al-Assad “não vai sair”, e que lhe cabe conviver com esse fato. Ancara está limitada a permanecer envolvida com Teerã e Moscou, para encontrar solução constitucional abrangente para a tragédia síria, seguindo o antigo “processo de Astana” desenvolvido depois em Ancara.
A guerra pode ainda não estar totalmente vencida, é claro. Mas, diferente do que tantos davam como favas contadas, já se vê que uma nação síria unificada e soberana encaminha-se para se impor, contra toda a cadeia pervertida de coquetéis molotovs geopolíticos mobilizada nos sinistros laboratórios de OTAN/Conselho de Cooperação do Golfo. Dia virá em que a História ensinará que, como exemplo que foi para todo o Sul Global, esses desenvolvimentos viraram o jogo.
Epígrafe extraída de Facebook, 20/10/2019, acrescentada pelos tradutores.
[1] Partido da União Democrática (curdo, PYD). Vide Wikipedia (ing.) [NTs]
[2] Partido dos Trabalhadores do Curdistão (curdo PKK). Vide Wikipedia (port.) [NTs].
[3] Unidades de Proteção Popular (curdo YPG). Vide Wikipedia (ing.) [NTs].
Traduzido por Coletivo de tradutores Vila Mandinga
Pepe Escobar nasceu em 1954 no Brasil, e desde 1985 trabalha como correspondente estrangeiro. Trabalhou em Londres, Milão, Los Angeles, Paris, Cingapura e Bangkok. A partir do final dos anos 1990s, passou a cobrir questões geopolíticas do Oriente Médio à Ásia Central, escrevendo do Afeganistão, Paquistão, Iraque, Irã, repúblicas da Ásia Central, EUA e China. Atualmente, trabalha para o jornal Asia Times que tem sedes em Hong Kong/Tailândia, como “The Roving Eye”; é analista-comentarista do canal de televisão The Real News, em Washington DC, e colaborador das redes Russia Today e Al Jazeera. É autor de três livros: Globalistan. How the Globalized World is Dissolving into Liquid War, Red Zone Blues: a snapshot of Baghdad during the surge e Obama does Globalistan..
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