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Para memória futura da decadência ocidental

Os BRICS relacionam-se em plano de igualdade, valorizam acima de tudo a independência e a soberania de cada Estado de alguma maneira envolvido no processo e negoceiam entre si segundo perspectivas mutuamente vantajosas, a negação absoluta do espírito imperial ainda dominante no sistema de vida no planeta.

por José Goulão (PT)

Abril Abril - 18 de novembro, 2024

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Créditos, Maxim Shemetov ; POOL / EPA

A cimeira dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) realizada no dia 25 de Outubro em Kazan, na Federação Russa, conseguiu reunir cerca de 50 delegações de alto nível de outros países, foi a primeira com a participação dos quatro novos membros de pleno direito – Egipto, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irão – e criou um grupo de parceiros em situação de elevada sintonia com o espírito da organização: Argélia, Bielorrússia, Bolívia, Cuba, Indonésia, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Turquia (membro da NATO), Uganda, Uzbequistão e Vietname.

Isto não é coisa pouca no panorama mundial. Olhemos para a elevadíssima percentagem da população planetária que o grupo e os seus parceiros albergam, incluindo dois países que somam mais de três mil milhões dos oito mil milhões de habitantes do planeta; e também para o peso da maioria destas nações nos respectivos continentes. Atentemos ainda no facto, de significado transcendente, de o primeiro-ministro da Índia e o presidente da África do Sul terem optado pela presença na reunião dos BRICS em vez da cimeira da Commonwealth ou Comunidade Britânica, realizada simultaneamente em Samoa – uma ruptura ostensiva com a herança colonial, que é exactamente uma das essências do grupo como base de uma nova ordem mundial em desenvolvimento.

A cimeira de Kazan deu mais algumas machadadas no dólar como moeda franca e de extorsão do império criando o BRICS Pay, uma alternativa ao sistema interbancário de domínio ocidental SWIFT e acelerando as trocas comerciais em moedas dos Estados membros e parceiros do grupo, marginalizando assim, e cada vez mais, o colete de forças da divisa norte-americana.

Os BRICS, seus 11 parceiros e dezenas de outras nações que se identificam com um renovado tipo de presença independente no panorama internacional não formam uma comunidade económica, uma aliança militar, uma entidade onde uns poucos, os mais fortes, mandam – de preferência pelo poder das armas e do dinheiro – e os outros obedecem, como a esmagadora maioria dos habitantes deste «jardim» da «civilização» muito bem conhecem e sentem.

Os BRICS relacionam-se em plano de igualdade, valorizam acima de tudo a independência e a soberania de cada Estado de alguma maneira envolvido no processo e negoceiam entre si segundo perspectivas mutuamente vantajosas, a negação absoluta do espírito imperial ainda dominante no sistema de vida no planeta.

A cimeira, porém, não deixou de abordar as questões da segurança segundo o princípio elementar de que o direito de um país estar seguro e defender-se não pode ser alcançado à custa da ameaça e da destruição de outros – a indivisibilidade da segurança, coisa de que o Ocidente nem quer ouvir falar porque nos últimos cinco séculos viveu à grande, à custa da exploração, do saque, extorsão, quando não o extermínio dos outros.

O avanço rápido da presença destes princípios nas relações entre os países que representam a larga maioria da população mundial inquieta o Ocidente, de tal modo que a rede asfixiante de propaganda a que chamam comunicação social preferiu fazer de conta que não existe, cuidando assim de o esconder dos seus frequentadores amestrados, como se isso afastasse e neutralizasse a ameaça real que paira sobre a chamada ordem internacional baseada em regras.

Outra coisa que fez a info-propaganda e os nacional-comentaristas ignorar a cimeira dos BRICS foi a prioridade atribuída por este grupo à remodelação do Conselho de Segurança, à refundação e revalorização da ONU e ao restabelecimento pleno da vigência do Direito Internacional.

Está aí o busílis da questão, o grande confronto dos nossos dias: entre a velha ordem imperial e colonial imposta manu militari, financeira, económica, política e propagandística pela minoria decadente dos países do chamado Ocidente colectivo, a citada ordem internacional baseada em regras; e a restauração plena do Direito Internacional, princípio fundador dos BRICS e de várias outras associações de nações emergentes como a Organização de Cooperação de Xangai, a União Económica da Eurásia, a Iniciativa Cintura e Estrada, a própria Associação dos Países do Sudeste Asiático (ASEAN) que, passo a passo, recentram o maior peso mundial na Eurásia e instituem novos mecanismos de relacionamento não-imperiais e não-coloniais, isto é, não-ocidentais. Um mundo renovado, o futuro, reduzindo à sua verdadeira e reduzida dimensão, e também à inanição, a velha ordem, que continua a esbracejar a sua «civilização única e superior» enquanto se afunda entre delírios sobre o poder absoluto do suposto futuro globalista onde, finalmente, seremos felizes sem nada ter.

Porém, como escreveu brilhantemente o Professor Avelãs Nunes, vivemos «a hora dos monstros». Os sociopatas que, dando largas à vocação genocida, de que são exemplos flagrantes as acções de extermínio e limpeza étnica praticadas pelo sionismo – em «defesa do Ocidente» – e o prolongamento assassino da guerra na Ucrânia patrocinada pelo desespero ocidental, assumem, cada vez com maior e alarmante frequência, não haver limites quanto ao eventual uso de armas de extermínio da vida no planeta. A grande interrogação, e a inegável razão para estarmos inquietos com estes monstros que andam aí, é a acumulação de manobras desesperadas para impedir a instauração de uma nova ordem internacional equitativa entre nações e povos soberanos.

A  falsificação imperial do Direito

A «ordem internacional baseada em regras», a manobra semântica que pretende impor a guerra, a extorsão e a arbitrariedade como Direito internacional, não está escrita, não é possível encontrá-la em qualquer documento ou tratado, é fruto da interpretação casuística de factos frequentemente criados artificialmente e de supostas realidades que não passam de mentiras ou falsificações para que sejam respeitados os «interesses ocidentais», confundidos, em sistema de golpe permanente, com os direitos de todos os povos e nações.

O «direito» em que se baseia o Ocidente global é a prova da burla em que se transformou aquilo a que ainda se chama «Estado de Direito». 

Exemplos não faltam: para impôr o «Estado de Direito democrático» organizou-se um golpe com suporte e governação nazi na Ucrânia que derrubou um governo eleito democraticamente; para que as transnacionais ocidentais pudessem saquear o petróleo do Iraque (o que acontece igualmente na Síria) inventaram-se armas de destruição massiva de modo a cometer uma operação de extermínio que ainda se prolonga; para tentar desmembrar o maior adversário militar de Israel e deixar as mãos ainda mais livres ao nazi-sionismo invadiu-se também a Síria através de tropas ocidentais e de grupos terroristas financiados por países «civilizados» e ardilosamente inspirados em interpretações aberrantes do islamismo; para tentar derrubar o governo legítimo da Venezuela os países ocidentais inventaram primeiro um «presidente interino» que nem sequer se submetera a sufrágio; e, em segunda instância, reconhecem como «presidente eleito» o terrorista encartado em esquadrões da morte claramente derrotado em eleições livres, legítimas e democráticas; de modo a depositar o Brasil nas mãos de um governo fascista, os Estados Unidos e satélites organizaram uma revolução colorida para depor a presidente legítima, Dilma Rousseff. 

(Um parêntesis triste: depois deste golpe em terras brasileiras que depôs Dilma e, numa mascarada de justiça, levou Lula à prisão, o mesmo Lula achou por bem copiar os esbirros que o sacrificaram alinhando em acções de teor conspirativo contra a Venezuela democrática. Uma atitude inexplicável, a não ser pela incapacidade do actual governo brasileiro em libertar-se a cem por cento do jugo imperialista e colonial, adiando de maneira lesiva a adesão total ao espírito dos BRICS).

Exemplos como os acima alinhados são a regra, e nunca as excepções, no cenário mundial ainda controlado pela ditadura dos «interesses» ocidentais. Cada leitor poderá juntar-lhes mais um episódio de que se recorde e então o rol terá dimensões comparáveis às das antigas listas telefónicas.

A «ordem internacional baseada em regras» não está escrita nem depositada enquanto instrumento de Direito – os seus «legisladores« lá sabem porquê. Mas todos seremos capazes de a registar em letra de forma num útil exercício para memória futura, agora que o autêntico Direito Internacional está a ganhar novo fôlego em proporção directa com a falência do poder das «regras» a que o Ocidente continua a agarrar-se como náufrago.

Registo nestas linhas apenas uma versão possível desse código de guerra contra o ser humano – mas verdadeiramente factual. Qualquer cidadão imune ao capacete mediático de controlo por continuar a usar a cabeça para pensar poderá escrever a sua variante; a qual, certamente, não será muito diferente no conteúdo da que a seguir se regista.

Aqui fica um exercício para memória futura rigorosamente baseado na realidade com a qual nos confrontamos quotidianamente, que nos oprime, sufoca e obriga a viver sob uma mascarada de democracia:

Ordem Internacional Baseada em Regras – As Regras

1. Os Estados Unidos da América são a única nação Indispensável, a nação Excepcional, à qual cabe guiar e comandar o Ocidente Colectivo na defesa dos seus interesses em qualquer continente, oceano, regiões e também no espaço.

2. Os Estados Unidos da América são o modelo da única Democracia reconhecida como tal em todo o planeta e do único sistema financeiro, económico, militar e político que pode ser praticado no mundo: o que resulta do pleno e livre funcionamento do Mercado segundo os princípios estabelecidos no Consenso de Washington de 1989; estas normas regulam a implementação e globalização do sistema neoliberal inspirado na autoridade absoluta da teoria e prática da Escola Austríaca de pensamento económico e aplicadas em pleno pela primeira vez, através da Escola de Chicago e com reconhecido êxito, na Revolução Chilena de 1973 – que pôs fim a um sistema socialista desumano e desviante.

Parágrafo 1.º – Os Estados Unidos e o Ocidente colectivo poderão tolerar e apoiar expressões e regimes de cariz fascista, nazi e sionista no caso de serem imprescindíveis para a defesa dos interesses ocidentais e a liquidação de teorias, correntes e organizações político-económicas inimigas do Mercado, alheias à Nossa Civilização e que têm o único objectivo, como expressões extremas de barbárie, o de exterminá-la e extingui-la por completo.

Parágrafo 2.º – Os Estados Unidos e os países ocidentais têm o dever e a obrigação de impôr, se necessário através da força e de outros métodos dissuasores de intervenção, incluindo a correcção de regimes em vigor, a realização de eleições gerais em todas as nações do planeta de acordo com o modelo único, o da Democracia Liberal, originalmente fundado e praticado nos Estados Unidos da América. Quaisquer resultados de eleições apresentadas como justas e legítimas em quaisquer nações do planeta e que não correspondam aos interesses do Ocidente e à liberdade absoluta do Mercado serão considerados falsificados e manipulados, razão necessária e suficiente para que não sejam reconhecidos pelas nações ocidentais. Estas nações, principalmente os Estados Unidos da América, reservam-se o dever de impôr que essas entidades sejam isoladas, excluídas e punidas no âmbito da comunidade internacional definida por esta Ordem Internacional Baseada em Regras.

3. Como nação Excepcional e a única Indispensável, os Estados Unidos não permitirão o crescimento económico e militar de qualquer outra nação, comunidade, união, aliança ou associação de países que a torne capaz de rivalizar ou pôr em causa o papel inato Norte-Americano como guia e comandante da ordem mundial. Este princípio inquestionável é válido também em relação à imprescindível, preventiva e permanente contenção das dimensões do papel internacional que a União Europeia poderia hipoteticamente atingir.

4. Os princípios civilizacionais, religiosos, cívicos e humanos seguidos no Ocidente Colectivo dão forma à única Civilização que pode ser considerada como tal, superior e predominante sobre quaisquer usos, práticas e costumes seguidos no exterior do espaço ocidental, que devem ser considerados expressões de sociedades ainda em estado selvagem e de barbárie. A Civilização Superior expressa-se actualmente através do único sistema democrático, financeiro, económico, militar, político e mediático que deverá ser imposto em todo o mundo até à concretização plena do globalismo – um mundo sem fronteiras e sem nações a não ser, como disposto no art.º 1.º, a única nação Indispensável ou o Governo Mundial Único por Ela patrocinado.

5. O Ocidente, sob o comando dos Estados Unidos da América – missão anteriormente desempenhada por outras grandes nações igualmente inspiradas em Deus, Fé, Civilização, Humanismo e Autoridade – tem o direito, o dever e a obrigação de estender a Civilização Superior a todo o planeta por todos os meios ao seu alcance.

6. A Guerra é o meio de excelência para defender os interesses ocidentais; por isso, estará sempre em aberto a possibilidade de ser utilizado contra os prevaricadores desta Ordem Internacional Baseada em Regras. O Ocidente tem todo o direito – e a obrigação – de recorrer à Guerra sempre que as instituições ocidentais, com ou sem o aval da ONU, concluam ou apenas suspeitem de que os seus interesses estão a ser prejudicados, em risco ou ameaçados. As sanções económicas e políticas e o recurso a revoluções populares, conhecidas igualmente como revoluções coloridas, não substituem a Guerra em si mesma, podem ser úteis para alcançar o objectivo de a tornar mais fácil, eficaz e menos dispendiosa em termos de vidas humanas ocidentais.

7. A Paz é o estado ou a situação encontrada no final de qualquer Guerra travada e vencida por forças ocidentais. Este é o único e autêntico conceito de Paz. As teorias pacifistas e o pacifismo servem, na prática, para alimentar os riscos e os ataques contra os direitos e interesses ocidentais, pelo que não passam de manifestações inaceitáveis e inadmissíveis de barbárie.

Parágrafo único – Enquanto subsistirem resquícios de manifestações de selvajaria e de barbárie, a Guerra tem de ser a preocupação principal na formatação e no funcionamento das sociedades ocidentais. Dispendiosas áreas sociais, frequentemente sobredimensionadas em importância, como a saúde, a educação, a habitação, a cultura e a ecologia, deverão obedecer às regras do Mercado através da sua inclusão plena no sector privado; deixarão de ser onerosas e tornar-se-ão lucrativas, reduzindo ao mínimo, neste caminho transformador, as circunstâncias que ainda afectam os meios orçamentais indispensáveis para garantir o funcionamento, nas condições ideais, de um estado de Guerra permanente.

8. A NATO é a única aliança militar aceitável e permitida no cenário internacional e compatível com a defesa dos direitos ocidentais e esta Ordem Internacional Baseada em Regras. Com a entrada em vigor do Consenso de Washington, de aplicação obrigatória, a NATO deixou de ter fronteiras para a sua actuação enquanto aliança ou no quadro de outras variantes ou versões, designadamente os combatentes da liberdade e demais tipos de soldados altruístas internacionais comprometidos com as liberdades e a democracia (não equiparáveis a mercenários). Deste modo, a Aliança Militar Ocidental tem o direito, o dever e a obrigação de actuar em qualquer local do planeta onde haja agressões, ameaças ou suspeitas de ameaças aos interesses ocidentais.

9. O conceito ocidental de Segurança permite e dá o direito aos contingentes militares ocidentais de se expandirem até às fronteiras, de cercar ou mesmo de atacar e desmantelar países ou grupos de países que o Ocidente defina como seus inimigos ou bárbaros. A Segurança de qualquer país ou interesse ocidental pode e deve ser alcançada mesmo que as acções desenvolvidas prejudiquem a segurança, ou até a existência, de terceiras entidades não-ocidentais.

10. O usufruto das riquezas naturais e das matérias-primas mundiais pertence, por definição assente em usucapião secular, à Civilização Ocidental, cabendo aos Estados Unidos da América, como nação Excepcional e Indispensável, a sua gestão e redistribuição pela comunidade das nações ocidentais. Por razões humanistas, a Civilização Ocidental poderá permitir a entidades não-ocidentais, mesmo em estado selvagem e de barbárie, sob controlo rigoroso e perante comprovadas necessidades, a utilização parcelar de alguns desses bens – com a condição de que daí não resulte o mínimo prejuízo para os interesses ocidentais.

Parágrafo 1.º – O combate às alterações climáticas é travado sob o comando exclusivo da Nossa Civilização. Qualquer medida transnacional de teor ecológico, ambiental e a própria transição verde têm obrigatoriamente de ter em conta o livre, superior e soberano funcionamento do Mercado.

Parágrafo 2.º – O controlo ocidental das riquezas naturais e matérias-primas mundiais, tal como o combate às alterações climáticas, poderão levar ao recurso à Guerra sempre que se conclua ou suspeite de que os interesses da Nossa Civilização e a liberdade do Mercado não sejam devidamente respeitados.

11. A única versão sobre a realidade existente no mundo a qualquer instante é a veiculada pelos poderes militar, financeiro, económico, político e mediático multiplataforma formado pelos principais grupos globais de comunicação social. A definição inquestionável da realidade mundial em cada momento pode ter nuances de acordo com expressões culturais e políticas que se manifestem no Ocidente – mas sem colocarem jamais em causa a única verdade aceite. É obrigação das instituições económico-financeiras, militares, políticas e de comunicação ocidentais silenciarem e punirem manifestações de interesses e opiniões alheias e contrárias à Nossa Civilização, invariavelmente sintonizadas e patrocinadas pela barbárie, tornando-se urgente a aceleração desse processo na Internet.

12. As Nações do Ocidente Colectivo são livres de aceitar ou não a entrada de refugiados alheios à Nossa Civilização que procuram contornar, quase sempre por razões oportunistas e egoístas, as consequências tornadas inevitáveis, como danos colaterais, das guerras conduzidas por forças ocidentais em defesa dos interesses ocidentais. O respeito estrito pelo funcionamento do Mercado determina que as quotas dessas admissões sejam definidas apenas por critérios económicos, designadamente os ditados pelas necessidades de preenchimento conjuntural de postos de trabalho em actividades indispensáveis mas que são menos dignas do estado de desenvolvimento e princípios da Nossa Civilização.

Artigo Especial – O Estado de Israel, embora situado em territórios geograficamente orientais, é parte integrante e inalienável do Ocidente Colectivo e da Nossa Civilização; cabe-lhe, designadamente, defender os interesses ocidentais na região por todos os meios e métodos ao seu alcance, recebendo para isso dos países, comunidades, uniões, regiões e alianças ocidentais, a cada momento, os meios financeiros, económicos, políticos, de propaganda e, sobretudo, militares e de armamento para concretização dessa tarefa imprescindível e a Ordem Internacional Baseada em Regras seja rigorosamente aplicada.

O território de Israel não carece de fronteiras definidas, pode ser ampliado através da ocupação, por quaisquer meios, dos territórios entre os rios Nilo e Eufrates que considere indispensáveis para sua segurança e a de todo o Ocidente, porque vive cercado de inimigos bárbaros ferreamente apegados a métodos selvagens e selváticos. A doutrina Sionista, humanista e de mandato divino, designadamente quanto à legitimidade milenar da soberania sobre o seu território, é uma componente inseparável e insubstituível da Civilização Ocidental, sobretudo em termos geoestratégicos, geopolíticos, militares e religiosos através das expressões exclusivamente ocidentais de Fé, Esperança, Caridade e Piedade.

Israel deve ter diplomaticamente todo o Ocidente ao seu lado perante as tentativas bárbaras para conseguir o seu isolamento e posterior desaparecimento. A chamada «solução de dois Estados», ocasionalmente e conjunturalmente defendida por autorizadas vozes ocidentais, emana apenas do chamado direito internacional, pelo que é absolutamente incompatível com a Ordem Internacional Baseada em Regras.

Durante quanto tempo mais aceitaremos viver, nós, os povos ocidentais, segundo estas regras?

José Goulão (26 de Junho de 1950) é um jornalista português. Iniciou a actividade em A Capital, em 1974, e trabalhou em O Diário, no Semanário Económico e na revista Vida Mundial, de cuja última série foi director. Foi também director de comunicação do Sporting Clube de Portugal. Fez carreira na àrea de Política internacional , especialmente nas questões do Médio Oriente , sendo os seus comentários nesta matéria frequentemente requisitados por diversos órgãos de comunicação social , como a TSF e o Canal 2: da RTP.

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