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O mistério de Epstein

por Paul Craig Roberts | paulcraigroberts.org

Carta Maior - 16 de agosto, 2019

https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Pelo-Mundo/O-misterio-de-Epstein/6/44977


Créditos da foto: Epstein e Trump, em uma casa do presidente americano na Flórida (Getty Images)

 
Agradeço a confiança de meus leitores - mas não tenho como esclarecer o caso Epstein para vocês. Talvez possa, no entanto, ajudá-los a pensar sobre ele de forma cautelosa.

Primeiramente, muitos “suicídios” em prisões são assassinatos. Em 1995, o irmão de Jesse Trentadue, Kenneth, foi erroneamente identificado como o possível “homem desaparecido” supostamente envolvido no atentado de Oklahoma City e foi espancado até a morte em uma prisão federal por agentes penitenciários federais. A prisão alegou que Kenneth havia se enforcado em sua cela. O legista estadual recusou-se a confirmar o veredito de suicídio e só muito mais tarde, após muita pressão, cedeu à farsa. A prisão queria cremar o corpo em vez de devolvê-lo à família para o velório. Mas Jesse, que trabalhava como advogado em Salt Lake City, suspeitou. Quando o corpo foi devolvido, estava coberto com maquiagem pesada. Uma investigação revelou lacerações na cabeça, hematomas e queimaduras e outras contusões obviamente não autoinfligidas e que não poderiam ter sido causadas por enforcamento. Aparentemente, Kenneth fora torturado e espancado até a morte em um esforço para que confessasse. Jesse tenta obter justiça para a família há 24 anos, mas vem sendo impedido pelo Departamento de Justiça (sic) dos EUA.

Não é possível cometer suicídio quando uma pessoa está em observação por risco de suicídio. Ex-presos, guardas carcerários e funcionários do sistema prisional afirmam terem certeza de que Epstein não cometeu suicídio por enforcamento.

As únicas questões diante de nós são: Epstein teria sido assassinado para proteger membros da elite? Epstein foi retirado pelo Deep State e uma pessoa morta, de aparência semelhante, deixada em seu lugar?

Na semana passada, quem afirmou que Epstein não iria a julgamento, pois muitas pessoas proeminentes acabariam implicadas, foi desprezado, acusado de "teórico da conspiração". Essa semana, sabemos que os "teóricos da conspiração" tinham razão. Epstein não irá a julgamento.

Mas não sabemos se ele está morto. Este relato no Intellihub pode ser só uma invenção para atrair leitores.

Ou pode ser um falso relato do deep state para desviar a atenção de um suicídio suspeito. James Jesus Angleton, chefe da contrainteligência da CIA, certa vez me disse que quando a CIA realiza uma operação, costuma criar confusão, plantando teorias diferentes e conflitantes na mídia. O resultado, ele explica, é que há tanto para investigar e tanta discussão sobre que versão estaria correta, que os fatos em si nunca são investigados. Hoje, com a Internet, todo tipo de história pode ser sugerida para causar confusão sobre um evento.

Quando vocês ouvirem alguém tentar desmerecer uma opinião chamando-a de "teoria da conspiração", desconfiem. A CIA inventou a "teoria da conspiração" para controlar a explicação do assassinato do presidente John F. Kennedy, pondo em descrédito aqueles que não acreditavam na explicação oficial.

Não saberemos se Epstein não está vivo e aproveitando a vida com menores de idade em um abrigo da CIA até que pessoas que o conheçam bem e que não estejam ameaçadas pela investigação de suas atividades pedófilas possam identificar o corpo, e que especialistas não oficiais e não governamentais identifiquem o corpo através de exames de DNA. E mesmo assim, não teremos certeza de que os investigadores não foram subornados ou ameaçados.

Muito será feito para aumentar a confusão e a dúvida. Já temos um relatório de autópsia atrasado e o envolvimento de um patologista que endossou a inacreditável explicação de uma única bala no assassinato do presidente Kennedy.

A cada dia, surgem informações novas e contraditórias. Agora há relatos, supostamente de fontes oficiais, de que Epstein foi tirado da observação por risco de suicídio pouco antes de seu "suicídio". Este relato é necessário para apoiar o veredito de suicídio, já que o suicídio não seria possível em uma célula à prova de suicídio.

É grande a probabilidade de nunca termos uma explicação clara e convincente. A única maneira de conhecermos a verdade é estudar a situação com muito cuidado, considerando cada aspecto novo da história, para chegarmos a nossa própria conclusão. Explicações oficiais, tais como as dos assassinatos do presidente Kennedy, de Robert Kennedy, de Martin Luther King, do ataque israelense ao USS Liberty e de 11 de setembro, nunca estão corretas.

O julgamento de Epstein causaria tanto descrédito à elite americana que simplesmente não poderia acontecer. Por isso, nunca saberemos o que realmente aconteceu com Epstein.

Tradução de Clarisse Meireles

Paul Craig Roberts (nascido em 03 de abril de 1939) é um economista norte-americano, colunista do Creators Syndicate. Serviu como secretário-assistente do Tesouro na administração Reagan e foi destacado como um co-fundador da Reaganomics. Ex-editor e colunista do Wall Street Journal, Business Week e Scripps Howard News Service. Testemunhou perante comissões do Congresso em 30 ocasiões em questões de política econômica. Roberts é um graduado do Instituto de Tecnologia da Geórgia e tem Ph.D. da Universidade de Virginia, pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley e na Faculdade de Merton, Oxford University.

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