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O mundo nas mãos de um triunvirato fascista

Bolton, Pompeo e Pence são o topo do complexo militar, industrial e tecnológico que governa os Estados Unidos da América. O mundo está suspenso dos efeitos da alienação mental de uma clique de sociopatas

por José Goulão

AbrilAbril - 23 de maio, 2019

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John Bolton, Mike Pompeo e Mike Pence, antes do início de uma conferência de imprensa na Casa Branca, 7 de Junho de 2018. CréditosAndrew Harnik/AP / MPN News

A humanidade e o planeta estão nas mãos de um triunvirato de energúmenos, indubitavelmente potenciais serial killers, que rodeiam o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Não há qualquer maneira de dourar a pílula. Michael Pence, vice-presidente, Michael Pompeo, secretário de Estado, e John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional associam mentalidades políticas fascistas a comportamentos em realidades paralelas nas quais a vida humana não tem qualquer valor. São eles que contribuem decisivamente para as atitudes do presidente em matérias sensíveis como são a guerra e a paz, as relações internacionais e a prática imperial.

Elemento ainda mais inquietante: foi este trio que veio dar estabilidade à administração Trump. Até ao momento em que passou a agir institucionalmente no gabinete oval da Casa Branca a equipa presidencial fora inconstante, sucederam-se os afastamentos e as demissões, mesmo nos cargos mais relevantes. Depois disso, há exactamente 13 meses, o trumpismo assentou, definiu-se, passou a ter mais iniciativa e não serão necessários esforços de análise para concluir que o mundo e os seres humanos estão hoje bastante mais ameaçados.

Sintomaticamente, foi também com a instauração desta fase que a gestão de Trump deixou de estar sob escrutínio crítico da União Europeia e, no essencial, passou a ser acompanhada por Bruxelas e pelos 28 praticamente no mesmo comprimento de onda. Não podem considerar-se objecções ao comportamento de Washington as declarações – por vezes com ira encenada – proferidas num dia e logo esquecidas ou tornadas inconsequentes poucas horas depois. Relembrem-se os casos do reconhecimento da anexação de Jerusalém Leste e dos Montes Golã por Israel; o seguidismo em relação às sanções económicas, sociais e políticas mais gravosas espalhadas pelos Estados Unidos nos quatro cantos do mundo, incluindo a guerra comercial contra a China; e a sintonia com as guerras de facto travadas contra os povos da Venezuela, do Irão, do Iémen – para citar apenas as que estão no topo dos media mainstream e às quais deve acrescentar-se o refinamento do cada vez mais asfixiante cerco militar à Rússia.

Dos componentes da trempe fascista vão sendo conhecidos pormenores biográficos avulsos, declarações isoladas; mas estes apontamentos são muito insuficientes para permitir traçar-lhes um retrato que seja informativo, de maneira eficaz, quanto ao potencial de terror que representam. Aqui ficam contributos para as suas biografias.

«Não quero morrer num arrozal»

Por cinco vezes, no mínimo, o conselheiro de Segurança Nacional John Bolton recorreu a subterfúgios – como o de alistar-se na Guarda Nacional – de modo a não ser mobilizado para a Guerra do Vietname. Nascido em 1948, este homem que acarinha a ideia de mandar 120 mil soldados dos Estados Unidos fazer a guerra contra o Irão1, escreveu no livro de curso em Yale: «confesso que não me apetecia morrer num arrozal no Sudeste Asiático».

Bolton é, portanto, um homem coerente e com carácter. Foi um dos arquitectos da invasão do Iraque em 2003, trabalhando para George W. Bush. Nessa qualidade não evitou criticar o presidente quando este definiu o «eixo do mal»: Irão, Iraque e Coreia do Norte. Sugeriu que fossem acrescentados Cuba, Líbia e Síria, razão pela qual vamos encontrá-lo depois nos processos que conduziram às tragédias nos territórios líbio e sírio, concebidos em termos de alianças entre a NATO e o terrorismo islâmico. Em relação a Cuba, inventou que Havana estaria a produzir armas bacteriológicas em colaboração com o Irão e a Líbia, mas aí os serviços de espionagem acharam excessivo apesar das pressões e chantagens conduzidas por Bolton, de acordo com testemunhos confirmados.

Em plena preparação da carnificina no Iraque, Bolton encontrou um obstáculo às suas intenções: José Bustani, então presidente da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ ou OPCW)2. Este cidadão brasileiro alegou que não havia razões para acusar Saddam Hussein pela posse de armas químicas – o tempo mostrou que tinha razão – mas o actual conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos deu-lhe 24 horas para se demitir. Perante a recusa, Bolton avisou Bustani: «sei onde estão os seus filhos»3.

John Bolton foi fazendo a sua formação fascista junto de personalidades e entidades do «conservadorismo agressivo» como o senador Jesse Helms, a Heritage Foundation, think thank que formatou a política da administração Reagan de neoliberalismo autoritário e militarista, o American Enterprise Institute e também o Gatestone Institute4, a que presidiu entre 2013 e 2018. Entre as suas missões, esta organização dedica-se a disseminar falsas informações sobre questões como a imigração, os refugiados e os muçulmanos.

Entre 2005 e 2006, George W. Bush fez de Bolton o seu embaixador na ONU. Até Joseph Biden, posteriormente vice-presidente de Obama, disse que tomar tal iniciativa era o mesmo que «largar um touro numa loja de porcelana chinesa».

John Bolton e a Carta das Nações Unidas são, de facto, como água e azeite. É conhecida a frase do conselheiro segundo a qual «o palácio de vidro da ONU tem 38 andares; se lhe tirássemos dez ninguém daria por nada». A única vantagem que ele encontra na organização é a de funcionar «como instrumento útil na condução da política externa dos Estados Unidos»5.

O Economist qualificou Bolton como «o embaixador norte-americano nas Nações Unidas mais controverso de sempre». Já o Wall Street Journal assinala a sua saída da ONU com uma espécie de epitáfio: «foi como olhar para um homem tentando mover um tsunami de lama».

A sua «maior alegria», confessa Bolton, foi a de evitar que cidadãos norte-americanos venham a ser julgados no Tribunal Penal Internacional (TPI), que os Estados Unidos não reconhecem mas onde querem ver penar os dirigentes mundiais que não dizem ámen a Washington. Mais recentemente, Bolton impediu a procuradora geral do TPI de entrar nos Estados Unidos para recolher dados sobre as acusações de crimes de guerra norte-americanos no Afeganistão.

Bolton integra o grupo conspirador fascista Groundswell, organização secreta de políticos e jornalistas que se bate, através de lobbying, tráfico de influências, chantagens e contactos clandestinos, «em 30 frentes de batalha para transformar a nação». A denúncia foi feita em 2013 pela revista Mother Jones. Um dos seus correligionários é Stephen Bannon, que dirigiu a campanha de Trump a presidente e agora tem como missão unificar na acção as forças fascistas europeias, actuando a partir de um mosteiro em Itália que funciona como academia neonazi.

O conselheiro de Segurança Nacional de Trump montou ainda o projecto Super PAC para recolha de fundos com o objectivo de fazer eleger senadores da sua corrente política de extrema-direita6. Parte desse dinheiro serviu, por exemplo, para pagar os serviços de manipulação ilegal de dados do Facebook prestados pela empresa Cambridge Analytica. Entre os doadores de Bolton, conforme consta dos seus registos de rendimentos, encontram-se instituições bancárias como o Deutsche Bank e o HSBC.

Uma «rainha Ester» na Casa Branca

Racista, supremacista branco, homofóbico, xenófobo, anti-aborto, contra casamentos entre pessoas do mesmo sexo e o próprio casamento civil, negacionista das alterações climáticas, apoiante da tortura e das prisões secretas. Tal como John Bolton, o secretário de Estado de Trump, Michael Pompeo, é tudo isto – e também um «cristão sionista».

Esta corrente tem vindo a tornar-se maioritária entre as seitas fundamentalistas cristãs evangélicas que fizeram o pleno no apoio a Donald Trump.

Ao contrário do que poderia pensar-se, e como se prova através da pessoa e do desempenho de Michael Pompeo, estas correntes têm muito mais a ver com assuntos terrenos do que com espiritualidades etéreas. Mas Cristo «só descerá pela segunda vez à Terra», na crença explicada pelo secretário de Estado norte-americano, «quando os judeus tiverem regressado à Terra Prometida».

Assim pensa Pompeo enquanto «cristão sionista».

Por isso «a América é a força do bem no Médio Oriente», protegendo-se a si própria e a Israel da «ameaça representada pelo povo que acredita profundamente que o Islão é o caminho».

A consolidação do regresso do povo judeu «à Terra Prometida» é essencial para que «Cristo venha de novo», como «única solução para o nosso mundo». Por isso, explica Pompeo, «nunca foi tão importante a cooperação entre os Estados Unidos e Israel contra o terrorismo»; e os palestinianos «servem apenas para afastar as perspectivas de paz».

Neste contexto, realça ainda o secretário de Estado, «é possível que Trump seja a versão actual da rainha Ester da Bíblia, destinado a proteger os judeus dos iranianos».

É impossível perceber até que ponto o chefe da diplomacia norte-americana, ministro dos Negócios Estrangeiros do império, acredita nos fundamentos da corrente religiosa assim exposta; mas é um facto que ela ajuda a explicar a política que este grande empresário de artefactos para campos de petróleo aplica no Médio Oriente.

Dela decorrem, num cenário sem dúvida coerente, outras das suas atitudes como a de manter aberto o campo de concentração de Guantánamo; acusar de «narcisista» a congressista que denunciou a prática de tortura por instituições dos Estados Unidos; qualificar como um erro o encerramento de «prisões secretas» espalhadas pelo mundo e utilizadas pelos torcionários norte-americanos; impedir a presença, nas suas conferências de imprensa, de jornalistas representando órgãos «não baseados na fé».

A carreira de Pompeo na administração Trump iniciou-se, também coerentemente, como director da CIA. Foi nesse cargo que pôs a agência a praticar assassínios com drones sem enquadramento do Pentágono; que multiplicou programas de vigilância e a criação de bases de dados de cidadãos do país e do mundo; que sugeriu o rapto de Edward Snowden na Rússia para ser julgado nos Estados Unidos e ser vítima de pena de morte como «resultado apropriado».

«A política federal deve servir a família americana, não uma agenda nacional sobre o ambiente». A partir desta máxima arremete Pompeo contra o controlo dos gases de efeitos de estufa, pela eliminação de todos os registos federais sobre essas emissões, contra a rotulagem dos organismos transgénicos. E se os gelos derretem no Árctico, isso representa, segundo ele, «uma oportunidade para abrir novas rotas comerciais».

Pompeo tem da NATO uma visão idêntica à de Bolton sobre a ONU. «Esta aliança», diz, «tem sido um pilar essencial da segurança americana durante décadas».

O secretário de Estado tem uma alma gémea fascista na vice-presidência dos Estados Unidos: Michael Pence.

Regresso aos «valores cristãos» fundadores

Alguns meios de comunicação norte-americanos relataram que, durante uma reunião sobre direitos cívicos, Donald Trump terá dito ao seu interlocutor, apontando para o vice-presidente Pence a propósito da política em relação aos gay: «com esse tipo não perca tempo, ele quer enforcá-los a todos».

É difícil que a «piada» do presidente norte-americano tenha surgido do nada, só porque lhe apeteceu. Sobretudo tendo em conta o passado recente de Michael Pence, de 60 anos, como governador do Estado de Indiana.

Leis discriminando LGBT através do subterfúgio das «objecções religiosas», contra o aborto, o casamento de pessoas do mesmo sexo e o próprio casamento civil fazem parte do arsenal de Pence alcançado e tentado. Como senador defendeu «a terapia de conversão» dos homossexuais, agiu contra o alistamento de homossexuais nas forças armadas, «por enfraquecer a coesão», votou contra a lei para impedir a discriminação laboral com base na orientação sexual.

O vice-presidente Pence tem um «modelo» no cargo: Dick Cheney, que desempenhou funções com George W. Bush e é um dos grandes responsáveis pela tragédia ainda em curso no Iraque. Desse tempo, porém, guarda uma polémica que manteve com o secretário de Estado, Collin Powell, não sobre os mapas das pretensas armas químicas de Saddam mas sobre preservativos. Powell incentivou o uso, em especial contra as doenças sexualmente transmissíveis, e Pence criticou-o por isso, uma vez que «o preservativo tem zero efeito».

O vice-presidente «é ouro de 24 quilates para a política evangélica», dizem pregadores da seita. Para alguns deles, o «cristão renascido» Michael Pence tem um papel comparável ao de heróis bíblicos. O pastor tele evangélico Mark Burns compara-o «a Jesus, que miraculosamente acalmou a tempestade que ia engolir o barco onde viajava com os discípulos».

A sintonia é perfeita no Conselho de Segurança Nacional, no Departamento de Estado, na vice-presidência. O que, sem dúvida, acaba por se reflectir na presidência.

Assim pensa o pastor tele evangélico Ralph Drollinger: «A América caminha por ruas tão estreitas – especialmente económicas – que se não tivermos um ditador benevolente para conduzir as coisas não sei o que irá acontecer». Disse-o em plena campanha presidencial; agora Drollinger dá cursos bíblicos semanais da Ala Oeste da Casa Branca.

O vice-presidente teocrata e supremacista cristão leva a peito a mensagem do pastor quando explica as suas crenças aplicadas à política: «a fé ensina que estamos permanentemente sob uma autoridade: Cristo está sob a autoridade de Deus, o homem está sob a autoridade de Cristo, os empregados estão sob a autoridade dos patrões».

«Um cristão, um conservador, um republicano, por esta ordem», assim se define politicamente Pence, membro do Tea Party, facção fascista do Partido Republicano. Pratica «um conservadorismo do senso comum» como o de Ronald Reagan, explica.

Esse «senso comum» diz-lhe que «o aquecimento global é um mito», pelo que não aceita «o consenso científico das alterações climáticas». Está «fora de questão», assegura, «que a actividade humana seja responsável pelo aquecimento global, pelo ambiente». Pence é contra as energias renováveis e a eficiência energética: como governador do Estado de Indiana dinamizou grandes apostas na indústria do carvão.

Trata-se, resume o vice-presidente, «de regressar aos valores cristãos fundadores da América».

Um assessor republicano do Senado profetiza um futuro risonho para o actual vice-presidente. «a questão», afirma, «não é saber quando os republicanos irão estar prontos para abdicar de Trump; é sobre quando estarão prontos para o presidente Pence».

Dos 15 ministros da equipa governativa de Trump, oito são fundamentalistas evangélicos; um outro, a titular da Educação, Betty DeVos, pertence à seita fundamentalista católica Opus Dei.

Bolton, Pompeo, Pence, juntamente com o presidente, são o topo de uma estrutura extremista, fascista, na qual se revê actualmente o complexo militar, industrial e tecnológico que governa os Estados Unidos da América e, por inerência, o império que pretendem global.

O mundo está, deste modo, suspenso dos efeitos da alienação mental de uma clique de sociopatas a quem foi outorgado o poder sobre a vida e a morte.

Notas:

  • 1. A obsessão de Bolton com o Irão não é dos nossos dias. Um jornalista que assistiu às conferências de imprensa de John Bolton na ONU recorda uma «palestra» em que Bolton procurou convencer a imprensa de que «o Irão se encontrava próximo de ter a bomba», quando um relatório preparado na mesma altura pelos serviços secretos norte-americanos – que não poderia desconhecer – afirmava que «Teerão tinha abandonado o programa de armas nucleares em 2003».
  • 2. José Maurício Bustani (n. 1945), diplomata brasileiro de carreira, foi o primeiro secretário-geral da OPAQ (criada em 1997), para o período 1997-2000. Em reconhecimento do trabalho desenvolvido foi reeleito por unanimidade para o período 2001-2005, mandato que não chegou a concluir devido a pressões do governo dos Estados Unidos. Bustani resistiu às ameaças pessoais de John Bolton e defendeu a adesão do Iraque à OPAQ, a fim de possibilitar as inspeções de armas no país e esvaziar o risco de guerra. A ofensiva diplomática de Washington teve êxito no final de Abril de 2002: Bustani foi destituído «com 48 votos a favor de sua demissão, sete contra e 43 abstenções. Um ano depois, os Estados Unidos invadiam o Iraque para destruir armas de destruição massiva que se revelaram inexistentes. Para memória futura, eis a lista dos sete países que em 2002 defenderam Bustani e a paz: Bielorrússia, Brasil, China, Cuba, Irão, México e Rússia. Se o leitor esperava encontrar Portugal nesta lista, desengane-se; ontem como hoje, quando os interesses imperiais estão em jogo, a diplomacia portuguesa tende a um alinhamento seguidista por Washington, contrariando os valores e a letra da Constituição da República Portuguesa. Os resultados da votação podem ser consultados no portal de arquivos do Departamento de Estado dos EUA. Nesse mesmo ano, Bustani publicou na revista Estudos Avançados, de São Paulo, uma corajosa defesa do multilateralismo e do papel mediador do Brasil na política internacional: «O Brasil e a OPAQ: diplomacia e defesa do sistema multilateral sob ataque». Provisoriamente colocado como cônsul-geral em Londre, prosseguiu a sua carreira como embaixador do Brasil em França e no Mónaco (em acumulação), antes de passar à aposentação. John Bolton não esqueceu o antigo opositor; quando, em Abril deste ano, os alunos da escola diplomática brasileira quiseram prestar uma homenagem a José Maurício Bustani, foram impedidos de fazê-lo pelo Itamaraty de Bolsonaro.
  • 3. A história está descrita em detalhe pelo jornalista Mehdi Hasan, que entrevistou Bustani, em artigo publicado no The Intercept a 29 de Março de 2018. No mesmo artigo descrevem-se outros casos de assédio por Bolton.
  • 4. O Gatestone Institute, a que John Bolton presidiu, é conhecido pela sua parcialidade anti-muçulmana e «atraiu a atenção por publicar artigos falsos e ser uma fonte de falsidades virais».
  • 5. Joe Lauria, jornalista que assistiu às conferências de imprensa de John Bolton na ONU, descreve-o como uma pessoa «destituída de humor» e «permanentemente irritado», apontando-lhe falhas de carácter ocultas do público. Bolton parecia-lhe «levar pessoalmente a peito» qualquer oposição aos Estados Unidos, como se o poder destes e o seu poder pessoal fossem um só. «Isto é mais do que ideologia, é fanatismo», escreve Lauria, «Bolton acredita que a América é excepcional, indispensável e superior a todas as nações». Ver Joe Lauria, «The Pathology of John Bolton», Consortium News, 23 de Maio de 2019. Os vídeos que acompanham a peça, com entrevistas de John Bolton, são notáveis.
  • 6. A intervenção eleitoral de John Bolton não conhece limites. Foi ele que interrompeu a recontagem de votos na Flórida durante as eleições de 2000, impedindo a vitória de Al Gore contra George W. Bush naquele que foi o maior escândalo das eleições norte-americanas. Como recompensa, em 2001 foi nomeado subsecretário de Estado. Ver o artigo de John Nichols «John Bolton vs. Democracy», em The Nation, 13 de Abril de 2005. Nichols é o autor de Horsemen Of The Trumpocalypse - A Field Guide to the Most Dangerous People in America (Hachette, 2017), um alinhamento dos «trapaceiros» e «canalhas» reunidos por Donald Trump.

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José Goulão (26 de Junho de 1950) é um jornalista português. Iniciou a actividade em A Capital, em 1974, e trabalhou em O Diário, no Semanário Económico e na revista Vida Mundial, de cuja última série foi director. Foi também director de comunicação do Sporting Clube de Portugal. Fez carreira na àrea de Política internacional , especialmente nas questões do Médio Oriente , sendo os seus comentários nesta matéria frequentemente requisitados por diversos órgãos de comunicação social , como a TSF e o Canal 2: da RTP

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